A Arte Nacional de Ter Secretários Que Transformam Problemas em Hobbies

ChatGPT Image 29 de nov. de 2025, 22_41_14
Alex Padre

Como Estragar uma Pasta em 10 Passos Sem Culpar a Gestão

(Checklist oficial do Secretário Brasileiro de Autoestima Inquebrável)

Ignore qualquer problema real.
Se ninguém fala, não existe. Se falam, você finge que não ouviu.

Culpe sempre “o sistema”.
De preferência um sistema que ninguém sabe onde fica.

Faça reuniões longas que não resolvem nada.
É importante parecer ocupado enquanto tudo pega fogo.

Transforme o simples em novela.
Se dá pra resolver em 10 minutos, resolva em 10 meses.

Evite visitar a própria pasta.
Assim você não vê o caos… e o caos não te vê.

Trate mal a imprensa em entrevistas.
Dá a impressão de competência e razão.

Anuncie melhorias imaginárias.
Prometer é grátis. Entregar custa.

Publique foto sorrindo nas redes.
Mesmo que a pasta esteja num nível “fim de novela das 9”.

Diga que a culpa é de gestões anteriores.
Mesmo que já faça 2 anos que você está lá.

Finalize com a frase clássica:
“Estamos trabalhando incansavelmente.”
(O povo ri… e você dorme tranquilo.)


Meu amigo, se tem uma figura que só perde pra sombra em termos de aparecer pouco, é o tal do secretário municipal. Esse cidadão é tipo o Wi-Fi público: quando funciona, ninguém lembra; quando não funciona, a gente amaldiçoa até a antena. E o mais curioso? Tem uns que quanto pior tá a própria pasta, mais felizinho eles ficam. Parece até que o caos é vitamina. O trânsito virou Mad Max? O secretário aparece sorrindo. A saúde tá uma rave de reclamação? Ele posta selfie com a frase “trabalhando muito!”. É o famoso “se tá ruim, dá pra piorar… e eu tô aqui pra provar”.

E o povo, coitado, vive achando que a culpa é da gestão. Nada! A gestão tá lá, firme, segurando o leme com coragem. O problema é aquele secretário que deveria remar, mas tá no casco do barco fazendo Self. Aí, claro, a gente despenca a ladeira abaixo com a saúde virando um rally: consulta marcada pra 2027, exame que chega antes da aposentadoria por sorte… e o responsável da pasta feliz como se tivesse ganhado na loteria.

E no Brasil, meu irmão, isso virou cultura. A gente já nem estranha. Secretário ruim é igual chuchu em restaurante: sempre aparece, ninguém pediu, mas tá no prato. Enquanto isso, o povo vai sofrendo, a gestão levando pedrada, e o bendito do secretário ali, pleno, como se entregasse eficiência gourmet.

Mas olha… no fundo, no fundo mesmo… não é que faz sentido? Cada pasta é um universo, e quem comanda esse universo é o secretário. Se o cara é bom, a cidade voa. Se o cara é ruim… bom, aí a gente abre o calendário e se pergunta se esse ano tem devolução de imposto por danos morais.

No fim das contas, a regra é clara: gestão não é milagreira. Quem faz a engrenagem girar (( ou emperrar de vez )) é o sujeito que senta na cadeira da pasta. E se ele não sabe apertar o parafuso… meu amigo, aí não tem santo, não tem prefeitura, não tem oração forte que salve.

E a gente ri, brinca, ironiza… mas no final bate aquela luzinha na testa:
“Olha… não é que ele tem razão?”

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